É fundamental compreender que, embora as organizações desempenhem um papel crucial em fornecer um ambiente propício, a felicidade é, em última análise, uma responsabilidade pessoal. "A felicidade é única e individual. Sendo assim, eu sou responsável pela minha felicidade. Mas a empresa, por meio de seus líderes, tem a responsabilidade de criar um ambiente de segurança psicológica", analisa Lívia Azevedo, diretora de Felicidade Corporativa da Heineken. Este ambiente, segundo Lívia, permite que as pessoas sejam elas mesmas, fomentando um senso de pertencimento e autenticidade.
A pesquisa também buscou entender o que constitui a felicidade no trabalho para os respondentes. As respostas variaram entre equilíbrio entre vida pessoal e profissional (40%), ser reconhecido e valorizado (20%), ter senso de propósito no trabalho (20%) e vivenciar um clima organizacional e relacionamentos positivos (15%). Essas respostas destacam a complexidade do conceito de felicidade, que abrange desde o reconhecimento profissional até a busca por um propósito maior.
A questão dos relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho também foi abordada, com Diana Gabanyi, CEO da The School of Life, citando Alain de Botton ao falar sobre o "pesadelo dos colegas" e a importância de manter boas relações no trabalho. A Heineken, citada por Lívia Azevedo, serve como um exemplo prático de como as empresas podem investir em pilares de felicidade, bem-estar, diversidade e inclusão, colocando esses valores à frente dos negócios propriamente ditos. A liderança é destacada como elemento chave nesse processo, com a responsabilidade de capacitar e promover a realização desses valores.
A pesquisa revela que tanto liderados quanto líderes apontam para a falta de plano de carreira, falta de propósito e relacionamentos tóxicos como principais motivos. Diana Gabanyi e Lívia Azevedo concordam que a carreira é uma responsabilidade individual e que é crucial que as pessoas tomem as rédeas de seu desenvolvimento profissional. Maria Sartori, diretora associada da Robert Half, complementa que a falta de alinhamento entre o propósito individual e o da empresa pode ser uma fonte significativa de insatisfação.
Para combater esses desafios, as empresas podem adotar diversas estratégias, como promover uma maior conexão entre os colaboradores, a fim de combater ambientes tóxicos e fomentar um objetivo comum. A noção de autoconhecimento emerge como um fator essencial nesse processo, sendo a base para entender o próprio propósito e buscar alinhamento com os valores da organização.
A pesquisa "Pesquisa Inteligência Emocional & Saúde Mental no Ambiente de Trabalho" destaca a importância de um ambiente de trabalho que valorize a felicidade, o bem-estar, a diversidade e a inclusão. Ao mesmo tempo, ressalta a responsabilidade individual na busca por felicidade, equilíbrio e propósito no trabalho. Empresas como a Heineken exemplificam como a liderança pode ser instrumental nesse processo, promovendo um ambiente que não apenas apoia, mas também capacita seus colaboradores a encontrar satisfação e propósito em suas carreiras. Enquanto o caminho para a felicidade no trabalho é multifacetado e desafiador, é claro que o compromisso conjunto de empresas e colaboradores é fundamental para a felicidade no trabalho.