A contratação de talentos é uma das tarefas mais desafiadoras e cruciais enfrentadas por empresas em todo o mundo. Há uma complexa interação de expectativas, necessidades e realidades que precisam ser navegadas por ambas as partes - a empresa e o candidato. Em um ambiente em rápida mudança, com a crescente importância do trabalho remoto e híbrido, esses desafios são exacerbados. Com base nas anotações fornecidas, aqui está uma análise aprofundada desses desafios e considerações sobre como abordá-los.
Disparidade de expectativas
Marcela Esteves, market director da Robert Half, enfatiza a necessidade de "empresas e candidatos se colocarem no mesmo patamar" para que haja transparência. Essa disparidade nas expectativas é frequentemente o cerne do porquê é tão difícil contratar. A transparência permite que ambas as partes compreendam melhor o que está sendo buscado e o que está sendo oferecido.
O processo não termina com a contratação. A atração do candidato é apenas o começo. A retenção de talentos é um desafio contínuo. Segundo Carolina Cabral, também market director da Robert Half, a retenção está vinculada à felicidade do empregado na empresa. A retenção de funcionários também tem um efeito cascata positivo, pois o baixo turnover atrai mais profissionais.
A pesquisa da Robert Half mostra que 38% dos empregados buscariam um novo emprego se tivessem que voltar para o trabalho 100% presencial. A flexibilidade tornou-se um fator crucial na escolha de uma empresa. Marcela observa que as empresas continuam explorando qual é o melhor modelo, seja ele remoto, híbrido ou presencial. Essa variabilidade cria mais complexidade no processo de seleção, com diferentes empresas adotando diferentes abordagens.
Processo de seleção
A duração do processo de seleção também pode afetar a contratação. A pesquisa da Robert Half descobriu que 84,7% dos candidatos já desistiram de um emprego dos sonhos porque o processo demorou muito. A falta de clareza sobre o que é buscado pode tornar o processo mais demorado e até levar a uma intolerância injusta em relação aos candidatos.
As habilidades subjetivas ou "soft skills" são difíceis de mensurar, mas essenciais. Carolina sugere que a autoconsciência é vital aqui, com candidatos sendo transparentes e oferecendo exemplos concretos de como reagiram a feedbacks e situações. Marcela reforça a importância de referências profissionais e conversas com colegas para entender a cultura da empresa.
Muitas vezes, há uma desconexão entre o que a empresa deseja e o que ela pode realisticamente atrair. Comparando com o futebol, se uma empresa está na "Série B", ela não pode esperar atrair o "Messi" da sua área. Isso pode levar a problemas de retenção a longo prazo.
Carolina destaca a importância da entrevista de desligamento como uma ferramenta para entender por que os funcionários estão deixando a empresa. Isso permite que a empresa cresça e se adapte, aproveitando as informações fornecidas de maneira construtiva.
Conclusão
O processo de contratação é multifacetado e complexo. Requer transparência, autoconsciência, flexibilidade e uma abordagem ponderada. As empresas devem estar cientes de suas realidades e das realidades do mercado. A flexibilidade no local de trabalho, o processo de seleção eficiente, a avaliação adequada das soft skills e a compreensão do nível dos candidatos são todos aspectos essenciais que precisam ser gerenciados com cuidado. O desafio é real, mas com uma abordagem equilibrada e considerada, empresas e candidatos podem encontrar um terreno comum que beneficie a ambos.
Ouça abaixo o episódio na íntegra.
Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.
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