A saúde mental no ambiente de trabalho é uma questão alarmante, conforme destaca uma pesquisa recente da Robert Half em parceria com a The School of Life. O estudo nacional entrevistou 800 profissionais, divididos entre líderes e liderados.

Os dados revelam que 44% dos líderes e 45% dos liderados admitiram ter tido problemas de produtividade nos últimos 12 meses devido a questões emocionais. Surpreendentemente, quando os líderes foram questionados sobre a produtividade de seus liderados, 65% reconheceram que a saúde emocional também afetou o desempenho de suas equipes.

O impacto da pressão

Esta realidade preocupa, especialmente considerando que 35% das demissões atuais ocorrem por baixa performance, superando a falta de compatibilidade com a cultura da empresa, que agora representa 20% das demissões. Maria Sartori, diretora associada da Robert Half, questiona: "Será que o profissional deixou de produzir porque não está bem emocionalmente?" A pesquisa também aponta que uma das maiores deficiências do gestor atual é a falta de apoio emocional; 35% dos liderados apontam isso como um problema.

O cenário torna-se ainda mais complexo quando os próprios líderes não se sentem apoiados. Segundo o estudo, 70% das empresas admitiram que seus líderes não estão preparados para oferecer apoio emocional aos seus liderados. Diana Gabanyi, CEO da The School of Life, sugere que o autocuidado e a escuta ativa são práticas necessárias tanto para líderes quanto para liderados. Ela insiste que uma simples conversa, com elogios e agradecimentos, pode fazer "maravilhas" para o bem-estar emocional de qualquer pessoa.

Como construir o melhor ambiente para cada um

A questão da saúde mental é particularmente notável entre os jovens profissionais, que, apesar de serem "superdigitais", buscam melhorar suas habilidades de liderança e comunicação. O modelo de trabalho híbrido também se destaca como uma preferência no período pós-pandêmico, contribuindo para um melhor equilíbrio emocional. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer: 10% dos líderes e 14% dos liderados não consideram o ambiente de trabalho um espaço seguro para discutir questões de saúde mental. 

Diana e Maria concordam que é crucial construir um ambiente de segurança emocional e incentivar práticas saudáveis, como horas regulares de sono, atividades físicas e hobbies, para melhorar a produtividade e o bem-estar no ambiente de trabalho. Ambas acreditam que as empresas estão tomando consciência dessa necessidade, mas ainda há muito a ser feito para tornar a saúde mental uma prioridade nas organizações.

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