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Por Lucas Nogueira,

O cenário atual do mercado de trabalho reflete uma dicotomia entre as preferências das empresas e dos colaboradores em relação ao modelo de trabalho. De um lado, temos as empresas que ainda defendem o retorno 100% presencial, buscando manter uma cultura organizacional forte, lidar com a percepção de queda na produtividade e enfrentar as dificuldades associadas à gestão remota.

Por outro lado, os colaboradores demonstram uma clara inclinação para o trabalho remoto ou híbrido, mostrando-se mais dispostos a trocar de emprego para realizarem ao menos uma parte do trabalho em casa.

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O cenário atual do mercado de trabalho reflete uma dicotomia entre as preferências das empresas e dos colaboradores em relação ao modelo de trabalho. De um lado, temos as empresas que ainda defendem o retorno 100% presencial, buscando manter uma cultura organizacional forte, lidar com a percepção de queda na produtividade e enfrentar as dificuldades associadas à gestão remota.

Por outro lado, os colaboradores demonstram uma clara inclinação para o trabalho remoto ou híbrido, mostrando-se mais dispostos a trocar de emprego para realizarem ao menos uma parte do trabalho em casa.

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Qual é o modelo ideal de trabalho?

Os resultados da 24ª edição do "Índice de Confiança Robert Half" (ICRH), divulgada em junho deste ano, revelam que tanto as empresas quanto os profissionais veem o esquema híbrido como o modelo ideal de trabalho.

Entre as companhias pesquisadas, 59% já adotam esse formato, enquanto apenas 8% mantêm suas atividades inteiramente em home office. Por outro lado, 33% exigem a presença diária no escritório, o que pode causar certa insatisfação entre os colaboradores.

A preferência pela modalidade híbrida é ainda maior entre os profissionais, com impressionantes 76% considerando-a como a melhor opção de trabalho. Apenas 6% desejam o modelo presencial em tempo integral, enquanto 18% indicam o home office integral como a situação atual. Esse cenário sinaliza uma clara mudança de mentalidade, com os trabalhadores buscando mais flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

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Contudo, os números também revelam que o retorno 100% presencial pode acarretar consequências negativas para as empresas. A pesquisa aponta que 38% dos profissionais empregados no Brasil buscarão um novo emprego caso sejam obrigados a retornar completamente ao escritório. Isso pode representar um desafio para as empresas, que enfrentariam a necessidade de recontratação e treinamento de novos colaboradores.

 

 

Por que o home office está acabando?

Embora essa pergunta seja muito procurada nos principais sites de busca na internet, ela se baseia em uma percepção dos colaboradores e não representa a realidade atual claramente.

A realidade é que as abordagens híbrida e presencial se tornaram mais comuns atualmente. Ainda existem vagas remotas, mas elas representam uma pequena porcentagem das posições disponíveis. 

Embora o home office tenha sido amplamente adotado nos últimos anos, muitas empresas perceberam que o trabalho remoto em tempo integral pode apresentar desafios, como a colaboração em equipe, a construção de relacionamentos e a manutenção da cultura organizacional. A falta de interações casuais e pessoais também pode afetar a criatividade e inovação no ambiente de trabalho.

Além disso, para alguns colaboradores, a fusão entre a vida pessoal e profissional pode levar ao esgotamento. O retorno ao presencial surge como uma solução para estabelecer limites claros e promover uma divisão saudável entre as duas realidades (trabalho e vida pessoal). É uma nova maneira de equilibrar e otimizar a produtividade e bem-estar dos colaboradores.

Índice de Confiança Robert Half

O ICRH monitora o sentimento de recrutadores, profissionais empregados e desempregados com relação ao mercado de trabalho e economia atualmente e para os próximos seis meses.

Como lidar com o retorno ao trabalho presencial?

Para o empregador, é importante utilizar a tecnologia adequada no escritório para torná-lo mais atraente e eficiente para os colaboradores. Isso incluir implementar sistemas de reserva de mesas e salas, bem como ferramentas de escalonamento do trabalho híbrido.

Uma tendência interessante que surgiu nos dois últimos anos foi a readequação do escritório já pensando em um sistema com frequência de colaboradores mais fluída, sem estações fixas. Isso inclui espaços mais ergonômicos, confortáveis e adaptáveis, para que o ambiente se torne mais agradável.

É importante manter a flexibilidade no trabalho, permitindo que os colaboradores tenham liberdade em relação a questões como cuidado infantil, animais de estimação e tarefas pessoais durante o dia. Isso contribuirá para a satisfação e bem-estar dos colaboradores ao retornarem ao escritório.

Para os colaboradores, uma boa dica é readequar os horários de trabalho para que o trajeto ao escritório se torne mais tranquilo. Adotar horários alternativos e escalas de horário, dependendo da composição dos times, pode ser uma boa alternativa para que colaboradores cheguem bem à sede da empresa, mesmo que morem perto ou longe.

Qual a importância do trabalho presencial?

A interação pessoal é crucial em vários aspectos. Facilita a construção de relacionamentos profissionais mais fortes e duradouros, contribui para um ambiente colaborativo, aumentando produtividade, criatividade e engajamento dos colaboradores. Além disso, possibilita uma comunicação eficaz e feedback imediato, facilitando a resolução de problemas e o alinhamento de metas.

O trabalho presencial também oferece oportunidades para o desenvolvimento profissional, com aprendizado contínuo, mentorias e crescimento na carreira. No entanto, algumas empresas preferem o trabalho presencial devido ao enfraquecimento da cultura organizacional, percepção de queda na produtividade em trabalho remoto e dificuldades com a gestão à distância.

É importante compreender que o mundo está em constante mudança e que tanto as pessoas quanto o trabalho evoluem. Setores que antes só podiam operar presencialmente, como a área da saúde ou o varejo, agora também estão se adaptando a modelos mais flexíveis.

Diante desse contexto, é essencial que as empresas estejam abertas ao diálogo com seus colaboradores e considerem as vantagens e desafios de diferentes modelos de trabalho. É importante considerar a possibilidade de adotar formatos flexíveis para manter a eficiência e o engajamento dos colaboradores. A flexibilidade e a busca por soluções híbridas podem ser fundamentais para garantir a satisfação dos colaboradores, a produtividade e a eficiência organizacional, em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e exigente.

*Lucas Nogueira é Diretor Associado da Robert Half

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