Robert Half Talks (Ep #17) - Infoxicação
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Contra o excesso de informação, malandragem e bom senso são essenciais
Hiperconectividade, dispersão e dificuldade para se concentrar, aumento da ansiedade e do estresse, fadiga. A sensação de culpa por não conseguir absorver todas as informações que estão à disposição, muito comum hoje em dia, pode ser resumida em uma palavra: infoxicação.
Ou seja, é quando o volume excessivo de informação se torna tóxico e difícil de digerir. Isso sem falar na complicação que é saber distinguir a relevância de todo este conteúdo e sua veracidade.
Segundo o físico espanhol Alfons Cornella, que cunhou o termo em 1996, outro fator típico da infoxicação é o excessivo consumo de energia mental necessário para a assimilação de tantos novos dados, acima da capacidade do cérebro humano de os suportar.
Quantidade X Qualidade: um debate cada vez mais atual
Em mais um episódio do podcast Robert Half Talks, o jornalista Cassio Politi conversou sobre isso com Luciano Pires, fundador do podcast Café Brasil. “Hoje, a discussão não é mais uma questão de quantidade, mas da qualidade da informação, aquela coisa do viés, da fake news, da informação manipulada”, comenta. Para ele, o foco é “escapar da informação venenosa, mais do que do volume de informação”.
Vitor Silverio, gerente de Parcerias Estratégicas da Robert Half, lembra que em apenas dois dias circula no Google o mesmo volume de informações que se gerou desde o início da civilização até 2003. “Só sobre infoxicação, o Google tem 14 páginas”, comenta.
Informação além da capacidade de absorção
Especialistas da Universidade de Berna apresentaram na Mostra da Comunicação de Berna na Suíça (2012) que um ser humano teria a capacidade máxima de ler 350 páginas por dia. Entretanto, o volume de informações recebidas diariamente via internet, redes sociais, WhatsApp, e-mails, revistas, jornais, rádio, televisão é de cerca de 7.355 gigas, o que equivale a bilhões de livros.
Diante disso, Pires diz que tenta trabalhar o “fitness intelectual”, ou seja, enriquecer o repertório das pessoas e ajudá-las a refinar a capacidade de julgamento e tomada de decisão.
“A base disso tudo é gerar filtros, para o que merece atenção”, diz. Ele aponta uma mudança significativa que muitos não perceberam: quase nenhuma história contada atualmente tem como objetivo trazer alguma “moral” no final.
Ao contrário, as storytellings construídas têm como finalidade uma relação comercial que aumente o poder do vendedor. “O objetivo hoje é vender sandália, vender shampoo”, afirma. Por isso, alerta: “se você não cuidar do seu filtro, vira joguete”.
Organização é uma das chaves para combater a infoxicação
Silverio resgata o hábito de uso das redes sociais, que traz para o indivíduo a sensação constante de que está perdendo algo, para propor outra atitude. “No momento em que você se organiza, sabe que tipo de informação precisa e tira as notificações dos aplicativos, começa a perceber que fica até alegre. ‘Desaprendo, logo existo’”, acredita.
De acordo com Pires, o usuário de internet tem de voltar a usar bem uma das características mais primárias e valiosas da internet: o hiperlink. “Usando a minha responsabilidade, como dono da minha escolha de vida, a internet permite fazer um trabalho de pesquisa para todos os lado, e não só para frente e para trás”, afirma. Para ele, o segredo é se preparar intelectualmente para consumir a mídia, ficando esperto para exercer poder de escolha, que não é ilimitado, porque as redes sociais têm dono.
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Como lidar com as informações falsas
Nesse aspecto, a exposição do brasileiro a informações falsas é um grande desafio a ser superado. Segundo Silverio, em 2018 o Brasil era o terceiro no mundo a compartilhar e consumir notícias falsas. Pires releva que lançará em breve o livro “Merdades e ventiras”, que falará sobre a informação que é mentirosa, mas é mostrada de tal forma que leva as pessoas a tomarem-na como verdadeira.
“Nós estamos a um passo de não acreditar mais nem nas imagens. Com uma pequena edição, a gente transforma a realidade. É preciso desenvolver uma certa malandragem, usar uns truques para desenvolver alguns filtros e ter, principalmente, bom senso”, comenta.
Se você quiser saber mais, ouça o episódio na íntegra.
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Episódio #1: ESG: como ele impacta na hora de contratar? - com Carlo Pereira e Fernando Mantovani
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Episódio #8: Diversidade e Inclusão - Denise Brito, da Sodexo e Débora Ribeiro
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Episódio #10: Dia Internacional da Mulher - Flavia Alencastro, Maria Sartori (Robert Half) e Tatiana Monteiro de Barros (UniaoBR)
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Episódio #12: Tendências em Benefícios - Marcela Esteves (Robert Half) e Cesário Nakamura (Alelo)
Episódio #13: Mitos e Verdades do Recrutamento - Alexandre Attauah e Carolina Cabral (Robert Half)
Episódio #14: Universidades X Mercado de Trabalho - Leo Berto (Robert Half) e Professor Carlos Netto (Mackenzie)
Episódio #15: Filhos no Curriculo - Michelle Terni (Filhos no Currículo) e Mariana Horno (Robert Half)
Episódio #16: Síndrome do Impostor - Henrique Bueno (Wholebeing Institute Brasil) e Maria Sartori (Robert Half)
Robert Half Talks
Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.
Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half