Remoto, híbrido ou officeless: trabalho nunca mais será como antes
- A "Onda First" e o seu significado para o cenário atual
- O trabalho pode ser realizado de qualquer lugar, a qualquer hora
- Anywhere Office: a mudança já estava a caminho, só foi acelerada
- Um pool de profissionais mais amplo e o que isso significa para as empresas
- Os ambientes compartilhados seguem sendo importantes
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A "Onda First" e o seu significado para o cenário atual
A “onda first” ganhou em novembro mais um capítulo. O trabalho híbrido gera nova onda de benefícios. O que antes estava confinado ao movimento de valorização das soluções mobile (para celulares) em detrimento de aplicações mais convencionais, como já pode ser considerado o notebook, chegou agora ao ambiente corporativo. É o conceito People-First: Remote-First, que a Movile acaba de adotar e que revela a importância de ouvir seu público interno.
A empresa, conhecida investidora estratégica que acelera startups de tecnologia como iFood, Zoop, Sympla e PlayKids, soube ouvir os colaboradores e gerar soluções baseadas em suas necessidades.
O trabalho pode ser realizado de qualquer lugar, a qualquer hora
A aceitação do regime de trabalho à distância durante a pandemia foi confirmada em uma pesquisa interna da Movile que mostrou, para o cenário pós-pandemia, o trabalho híbrido como sendo a melhor alternativa (85% dos colaboradores optaram por essa modalidade). Cerca de 20% preferiam seguir com o modelo exclusivamente remoto, e somente 5% consideraram o presencial como a melhor opção.
O resultado disso foi o lançamento na holding do Movile Way (Work Anywhere You Want), um novo modelo de jornada de trabalho. Matheus Fonseca, gerente de produtos de RH da Movile, falou sobre isso no podcast Robert Half Talks.
Anywhere Office: a mudança já estava a caminho, só foi acelerada
Em conversa com Lucas Nogueira, diretor associado da Robert Half, Fonseca afirma que a pandemia só acelerou uma mudança que iria acontecer cedo ou tarde. “A Movile e as suas empresas investidas possibilitavam o trabalho à distância mesmo antes da pandemia e estávamos já discutindo como acelerar esse modelo. Veio a pandemia, aceleramos e vimos que funcionou bem”, conta.
O chamado anywhere office (em português, escritório em qualquer lugar) foi assumido pela empresa, que agora adota o trabalho remoto permanente. A escolha também aboliu a exigência de cumprir uma jornada de dias fixos em home office ou no escritório. “Grande parte das nossas empresas investidas estão começando a adotar esse modelo”, comenta Fonseca.
Essa equação de ouvir os colaboradores e agir com base no que eles apontam parece óbvia até, mas nem sempre é levada em conta. Para Nogueira, o problema é que as empresas não estão preparadas para essa nova realidade, e os desafios para as áreas estratégicas de recursos humanos ainda são muito grandes.
Um pool de profissionais mais amplo e o que isso significa para as empresas
De acordo com ele, se por um lado a contratação ficou mais fácil pela quebra da barreira geográfica, pelo outro a concorrência pelos melhores profissionais se tornou mais acirrada. “Fica mais fácil uma empresa atrair o funcionário de outra, inclusive em disputas internacionais por profissionais brasileiros”, diz.
Pesquisa da Robert Half feita no último semestre já apontava que mais de 90% dos entrevistados, entre profissionais que buscavam recolocação no mercado, indicavam o trabalho mais flexível (híbrido ou 100% remoto) como tendência de melhor escolha. “Esses profissionais enxergam este movimento como o futuro e como ferramenta de atração e retenção”, afirma Nogueira.
“Que bom que descobriram esse modelo de trabalho. Até porque talento não está limitado a região geográfica”, concorda Fonseca. Segundo ele, quando a empresa define um endereço de trabalho acaba por limitar sua capacidade de contratar as melhores pessoas.
Nesse aspecto, o descolamento da empresa a um endereço fixo permite unir os anseios dos colaboradores com aquilo que faz sentido para a empresa e para os times.
Os ambientes compartilhados seguem sendo importantes
Isso não significa desistir de um escritório. A própria Movile vai manter um espaço corporativo. “Mas muda tudo! Afinal, não é só levar o offline para o online”, admite Fonseca. “O escritório vai virar um espaço de convivência, para quando se precisa de contato humano. Além disso, repensamos todos os rituais durante o ano – para que as pessoas se sintam engajadas – e também os benefícios – para que elas continuem motivadas”, conta.
Segundo o gerente, isso é fundamental para que não seja colocado sobre os ombros do trabalho remoto os problemas criados pela falta de uma estruturação bem pensada.
Com a sensação de que a pandemia pode estar no final, o seu legado para o mundo dos escritórios está sendo agora colocado à prova e a dúvida é se o novo normal significará voltar à realidade do antigo trabalho em ambientes corporativos ou se as mudanças profundas que foram experenciadas ao longo da crise sanitária vão se manter no pós-pandemia.
Ouça abaixo a conversa completa:
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Robert Half Talks
Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.
Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half