Com base em dados do ICRH, diretor geral da Robert Half recomenda às empresas cinco boas práticas para otimizar a operação em 2020

 

A 10ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) aponta que, na média, tanto os recrutadores quanto os profissionais empregados e desempregados permanecem otimistas quanto aos rumos do mercado de trabalho nos próximos seis meses, com índice de percepção elevado de 51,9 pontos em julho de 2019 para 53 pontos em outubro do mesmo ano. No levantamento, o sentimento dos profissionais qualificados, ou seja, com idade igual ou superior a 25 anos e formação superior completa, é avaliado por pontos que vão de 0 a 100, com consideração de otimismo a partir dos 50 pontos.

Além do aumento do otimismo em relação ao futuro, a situação corrente melhorou para todas as categorias. O ICRH consolidado para a situação presente avançou de 30,8 para 32,8, enquanto a categoria de desempregados registrou a maior pontuação histórica (25,4) com alta de cinco pontos percentuais. “O avanço do indicador consolidado pode apontar projetos saindo da gaveta, novos investimentos e a necessidade de novas contratações. Para os profissionais, estejam eles empregados ou desempregados, a evolução do índice de confiança pode significar novos desafios e oportunidades”, destaca Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half. 

Confiança dos Profissionais no Mercado de Trabalho - consolidação
(Fonte: 10ª edição do Índice de Confiança Robert Half – ICRH

Momento

Janeiro

2019

Abril

2019

Julho

2019

Outubro

2019

Atual

58,4

53,7

51,9

53,0

Próximos seis meses

32,7

31,8

30,2

32,8

 

Um fato que corrobora esses sinais positivos indicados pela evolução do índice está em outro dado do ICRH. De acordo com o estudo, mais da metade dos profissionais responsáveis pelo preenchimento de posições dentro das empresas (56%) afirma que do ponto de vista de abertura de vagas 2020 será melhor do que 2019.

A 10ª edição do Índice de Confiança Robert Half está disponível para download gratuito no site da empresa (www.roberthalf.com.br/indice-confianca). Com base em dados do estudo, Fernando Mantovani recomenda que as empresas adotem cinco boas práticas para 2020:

#1 - Conheça o desejo dos seus colaboradores!

Apenas 12% dos profissionais entrevistados pelo ICRH têm intenção de permanecer na mesma companhia e função em 2020. Outros até pensam em ficar na mesma organização, mas cultivam planos de serem promovidos (38%) ou trocar de área (4%). É preciso atenção especial também aos que desejam se desligar, seja apenas para atuar em outra organização (26%), mudar de empresa e de área (8%), abrir o próprio negócio (5%) ou ter experiência em outro país (3%).

#2 - Tenha um plano de cargos e salários compatível com o praticado no mercado!

Falta de compatibilidade entre salário e benefícios almejados e oferecidos foi o principal motivo que levou profissionais empregados e desempregados a não serem admitidos em processos seletivos, de acordo com a percepção dos próprios profissionais. O dado é um alerta para que as empresas estruturem ofertas compatíveis com as praticadas no mercado e se preparem para defender o pacote diante dos candidatos. Está com dúvida, consulte nosso Guia Salarial 2020 (www.roberthalf.com.br/guia-salarial).

#3 - Contrate profissionais por projetos na retomada das ações!

Uma boa forma de dar início a ações que contribuem para o desenvolvimento de negócios é dividindo as demandas em várias etapas e contratar profissionais especializados em projetos para executá-las. “Dessa forma, sem inflar o quadro de colaboradores permanentes, a cada etapa concluída será possível avaliar se é viável continuar ou paralisar o projeto”. Vale ressaltar que a 10ª edição do ICRH aponta que, após a reforma trabalhista de 2017, mais da metade (57%) dos profissionais que atualmente atuam por projetos observou o aumento da oferta de trabalho nesta modalidade. 

#4 - Otimize seu processo de contratação!

No processo de recrutamento, 17% das empresas entrevistadas enfrentam o desafio contratar profissionais para cargos estratégicos sem afetar a rotina da companhia. “Em casos de urgência no preenchimento de uma vaga ou de demanda por um perfil muito específico de profissional é importante que a área de seleção da companhia considere contar com o apoio de uma empresa especializada em recrutamento. Não porque a equipe interna não seja competente, mas sim pelo fato de que um parceiro terceirizado especializado pode contribuir para a aceleração do processo de uma maneira eficiente”, explica Mantovani. Ele destaca, ainda, para 12% das companhias ainda há dificuldade de decidir sobre dois profissionais muito qualificados.

#5 - Contrate o profissional certo antes que o mercado aqueça!

Mantovani lembra que, apesar de ainda termos uma parte importante da população desempregada, o histórico de desemprego entre os profissionais qualificados se mantém relativamente baixo. No terceiro trimestre de 2019, por exemplo, enquanto o desemprego da população geral era de 11,8%, apenas 5,3% dos profissionais com 25 anos de idade ou mais e formação superior completa estava sem emprego.  “Aconselho as companhias a se prepararem para uma possível disputa das empresas pela atenção dos profissionais de talento a retomada do mercado acelerar, afinal, encontrar colaboradores qualificados é a principal dor de cabeça de 80% dos empregadores durante o processo de recrutamento”, conta.

ÍNDICE DE DESEMPREGO
(Fonte: IBGE) 

Público

1º Trimestre

2019

2º Trimestre

2019

3º Trimestre

2019

Geral

12,7%

12%

11,8%

Profissionais qualificados

6,1%

5,5%

5,3%

 

Metodologia do ICRHLançado em agosto de 2017, o Índice de Confiança Robert Half – ICRH é um indicador de difusão que varia de 0 a 100. Os indicadores de difusão são de base móvel (50 pontos), construídos de forma que os valores acima de 50 pontos indicam agentes do mercado de trabalho de profissionais qualificados confiantes. A 10ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half entre os dias 8 de outubro e 8 de novembro de 2019, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); e profissionais qualificados empregados e desempregados (com 25 anos de idade ou mais e formação superior). Todos distribuídos regional e proporcionalmente pelo Brasil, de acordo com os dados do mercado de trabalho coletados na PNAD. Para os cálculos da taxa de desemprego dos profissionais qualificados, foram utilizados os microdados da PNAD trimestral, fornecidas pelo IBGE em seu portal, executando recortes na amostra para condizer com o perfil de profissionais qualificados. Para os profissionais contratados para projetos não foram observados os critérios estatísticos adequados, portanto seu resultado deve ser interpretado com cautela.